Confira sete dicas para o Teste de Aptidão Física (TAF)

Confira sete dicas para o Teste de Aptidão Física (TAF)

Postado em 24/02/2022

Lágrimas, suor e café! Basicamente, esses três tipos de líquido fazem parte da vida da maioria dos concurseiros (acredito que faça parte da vida de TODOS, mas como não tenho dados científicos, é melhor usar o termo “maioria”). Desses, o suor está em uma proporção bem maior quando se trata de concurseiro de carreiras policiais. É que, além de estudar, quem pretende ingressar nas forças de segurança pública precisa treinar para o teste físico.

[Agora, uma pausa para chorar pelo leite derramado]

Vamos supor que uma estudante de carreiras policiais chamada Camila (seria um personagem fictício? (Vamos descobrir no final do artigo) já foi aprovada em dois concursos públicos: agente penitenciário do RN (em 2017) e guarda municipal de Parnamirim/RN (em 2019). No primeiro, ela passou dentro das vagas, em 83º lugar. Foi seu primeiro concurso para carreiras policiais e ela ficou “se achando”. Mas ela treinava? Não! Ela tinha o porte físico magro, mas era sedentária. As pessoas falavam: “ah, na hora você consegue”. Ela conseguiu? Façam suas apostas… Lógico que não! O que ela conseguiu mesmo foi uma lesão no joelho e algumas sessões de fisioterapia por querer treinar em 20 dias o que poderia (e deveria) ter treinado com antecedência. E essa foi a sua primeira frustração: uma reprovação na impulsão horizontal (o famoso salto).

O tempo passou, Camila começou a ir de vez em quando na academia para fazer musculação e resolveu prestar o concurso da guarda municipal do município de Parnamirim. Eram apenas cinco vagas para mulheres (ela ficou na suplência). Após o resultado da prova objetiva, teve exatos três dias para treinar. E mais uma vez disseram: “na hora você consegue”. Façam suas apostas mais uma vez. Ela conseguiu? Sim, conseguiu sustentar quatro segundos na barra (um feito extraordinário, considerando a pegada em pronação). 

Por motivos pessoais, Camila não conseguiu continuar se preparando para concursos na área policial, mas finalmente aprendeu a lição e começou a treinar da maneira correta (para os próximos, quem sabe). Porém, temos um recado para essa concurseira: após três reprovações no TAF, ela poderá pedir música no Fantástico.

[Voltemos para o nosso artigo]

Estão lembrados que lá no início do texto nós falamos que o estudante de carreiras policiais necessita suar mais que os outros? E precisa suar com bastante antecedência, afinal, ninguém quer ser Camila. E é por isso que nós, do IAP Cursos On-Line, vamos passar sete dicas de como se preparar para o temível (ou não) Teste de Aptidão Física (ou Exame de Avaliação de Condicionamento Físico).

1. Bote um cropped e reaja

Deixe a preguiça de lado e reaja. Reaja logo, reaja já. Nós até aceitamos que você pare a leitura agora e vá treinar (depois você volta aqui para concluir). É muito importante que você não espere sair o resultado para iniciar os treinos. 

“Assim como todas as outras disciplinas, o TAF também deve ser estudado, exercitado e, por fim, revisado”, afirma o sargento PM do BPChoque, Clébio Rodrigues, que é também educador físico e prepara candidatos a vagas das carreiras policiais desde 2017. Ele não recomenda, em hipótese alguma, deixar para treinar só depois da prova escrita ou fazer como Camila, ou seja, tentar a sorte. “Para o aluno despreparado, a vida militar tem um jargão que se encaixa perfeitamente nessa situação: é o NHS, que significa ‘na hora sai’. Quando se trata de TAF, não há cola e não há sorte, só há os preparados e os despreparados”, orienta Clébio.

Quem tem foco em carreiras policiais não pode correr o risco de ser reprovado ou de passar mal durante a fase de teste físico. Já pensou a frustração que é ser aprovado na prova escrita e ver o sonho escapar, literalmente, das suas mãos porque não conseguiu segurar a barra?

2. Não treine “na doida”: conheça cada exercício exigido em seu edital

Todo concurseiro da área policial deve ficar atento aos exercícios descritos no edital. Não basta apenas saber que deve correr dois quilômetros em 12 minutos, por exemplo. É preciso verificar tudo. TUDO MESMO! 

Pode usar relógio durante a corrida? Quando termina o tempo, deve-se parar onde está ou pode ficar correndo/andando lateralmente no ponto onde parou? E as barras? A pegada é em pronação (com as palmas das mãos viradas para a barra) ou em supinação (com as palmas das mãos viradas para você)? Abdominal é remador? Flexão de braços pode ser feita com o apoio dos joelhos (ou seja, os joelhos podem ficar no chão)?

Além disso, é importante observar se há uma pontuação mínima para cada exercício, bem como uma nota média mínima. Assim, caso você tenha dificuldade na realização de determinado exercício, deverá compensar em outro em que tenha mais habilidade. Foi o que aconteceu com o estudante Nelio Dantas. Aprovado no último concurso do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), ele já treinava para o TAF, mas sentia dificuldade na corrida. 

“Eu precisava fazer 2.301 metros em 12 minutos, mas tinha muita dificuldade de alcançar essa distância mínima nos treinos. Em contrapartida, eu conseguia fazer o máximo de barras. Assim, no dia do meu teste, eu fiz apenas a pontuação mínima na corrida, mas consegui a pontuação máxima em todos os outros exercícios. Foi uma estratégia traçada junto ao meu treinador”, conta.

3. Procure um profissional capacitado

Se você puder, contrate um profissional para te orientar. Sabemos que muitas pessoas treinam por conta própria ou fazem musculação achando que, com isso, já estão aptas para o TAF. Mas não é bem assim. É de extrema importância que você seja acompanhado por alguém que possa montar uma rotina adequada para o seu objetivo. 

“Muitos praticantes de musculação não conseguem fazer tração na barra fixa, simplesmente porque treinam em condições diferentes das exigidas na prova. Mas é bom lembrar que no dia não há chances para erros”, opina o educador físico Clébio. Ele orienta que é fundamental, entre outras coisas, fazer um reconhecimento da pista de corrida de 400 metros para usá-la como aliada e não como inimiga.

4. Malhou, comeu: não passe fome nem sono

A vida do concurseiro não é fácil. Tem que estudar, treinar, comer, dormir e ainda ter vida social (por isso que esta última, muitas vezes, fica esquecida). Brincadeiras à parte, é necessário incluir na sua planilha de estudos e de treinos, momentos de descanso. Ademais, é imprescindível ter uma boa alimentação (procure um nutricionista, se possível) e hidratar-se durante e após os exercícios físicos.

Sabemos que essa dica pode ser algo banal, que todo mundo já sabe. Mas será que todos praticam? De nada adianta passar a semana treinando feito um louco e no final de semana exagerar no álcool, por exemplo. E água? Já tomou quantos litros hoje? Vamos cuidar dos rins, hein?

5. A união faz a força: treine em grupo

Quem estuda para concurso público já vive isolado na maior parte do tempo. Nesses dias, saiu até uma matéria no Globo Repórter: “Concurseiros! Onde vivem? Como dormem? O que comem?”. Dessa forma, talvez o treino em grupo ajude a deixar essa obrigação menos exaustiva.

“Depois das minhas duas reprovações, eu procurei um profissional e comecei a treinar especificamente para TAF. Nessa jornada, conheci outras pessoas e vi que todos nós estávamos no mesmo barco. Alguns tinham mais dificuldade na barra e outros, na corrida. Mas sempre que um tentava desistir, o resto da turma dava forças para continuar. E foi treinando em grupo que eu consegui sair de dois segundos de sustentação na barra fixa para 29 segundos. De 1.000 metros na corrida para 1.700 metros”, conta Camila (olha ela aqui de novo). 

Tente treinar em grupo, né concurseiro? É importante socializar também (mas essa dica ficará por último).

6. Conheça o seu limite e não ultrapasse

Já sabemos que treinar em cima da hora é um tiro no pé. Mas outro tiro no pé é ir muito além do seu limite. Sim, você não pode ficar na sua zona de conforto, precisa tentar fazer um pouco mais dia após dia. Leia novamente: fazer um pouco mais dia após dia (e não de uma vez). 

“De forma geral, devemos começar pelos exercícios educativos”, explica Clébio Rodrigues. “É preciso saber respeitar a individualidade biológica e o histórico de treino, além dos hábitos de vida do candidato. Respeitar o próprio corpo é fundamental para não ter uma fadiga extrema. O profissional de educação física saberá dimensionar os treinos e o descanso, fazendo a periodização necessária para cada pessoa”, completa.

7. Mente sã, corpo são: treine o lado emocional também

Deixamos essa dica por último e esperamos que você tenha chegado até aqui. Sabe a personagem lá do início que reprovou duas vezes em testes físicos? Pois bem, ela sou eu. Eu quem? Eu, a autora desse artigo. 

É importante salientar que, muitas vezes, a sua mente irá trabalhar contra você. Ela irá te dizer que você não consegue e, ao primeiro sinal de cansaço durante os treinos, ela irá te convencer de que você não é capaz. Cabe a você acreditar ou não. Vai dar ouvidos ao seu lado sabotador ou ao seu lado desafiador?

Ninguém disse que seria fácil. Mas é possível. No entanto, é importante incluir, na sua rotina de estudos e treino, alguma atividade que te dê prazer: ler livros, ver séries/filmes, ir à praia, brincar com seu animal de estimação, socializar com a família e com os amigos.

Cuidar da espiritualidade, meditar e dormir bem (olha o descanso aparecendo por aqui mais uma vez) também são atividades que poderão aliviar a cobrança e diminuir a sua ansiedade. Lembre-se sempre: para conquistar seu sonho e usufruir de tudo de bom que vem com ele, você precisa estar bem mentalmente e emocionalmente.

E aí? Gostaram desse artigo? Continuem acompanhando o Blog do IAP.


Por Camila Rodrigues


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