A ansiedade bateu? Pare tudo e confira algumas técnicas para aliviar a tensão nessa reta final

A ansiedade bateu? Pare tudo e confira algumas técnicas para aliviar a tensão nessa reta final

Postado em 05/08/2022

Quer saber como driblar a ansiedade nessa reta final? Então leia esta entrevista com uma terapeuta cognitivo comportamental


Olá, concurseiro! Estudando muito? Esperamos que sim, hein? Afinal, são quatro provas por vir, além da expectativa de mais editais a caminho. Mas com tantas oportunidades assim, é comum a mente ficar com excesso de pensamentos. E aí bate aquela ansiedade.


E é justamente sobre isso que vamos falar no artigo de hoje. Pare um pouquinho, relaxe, respire e vamos a esta leitura que, com certeza, vai ajudá-lo a encontrar formas de lidar com a ansiedade na reta final do seu concurso dos sonhos.


Nós conversamos com a psicóloga Wiara Castro, especialista em Terapia Cognitivo Comportamental, e ela tem algumas dicas e técnicas para os concurseiros mais ansiosos. Confira na entrevista abaixo.


O que pode ser sintoma de ansiedade pós-edital aberto e que, muitas vezes, o concurseiro nem percebe?


Antes de mais nada, é importante conhecer um pouco sobre o conceito de ansiedade, que pode ser definido como um sentimento de insegurança e/ou temor associado à preocupação excessiva com algo que ainda não aconteceu, mas que tenha alguma possibilidade de ocorrer. Posto isso, o fato de “abriu o edital”, na maioria das vezes, significa a largada para aquela grande oportunidade tão aguardada.


O cérebro é capaz de interpretar essa percepção como um alerta que vai mobilizar seu corpo no sentido de luta ou fuga (instinto primitivo), levando a sintomas que, talvez, passem despercebidos nessa etapa.


Sensação de engasgo ou enjoo, dores musculares, irritabilidade, insônia, palpitações, sintomas de bruxismo, perda de memória de curto prazo, esquecimentos, pesadelos, dificuldade de concentrar-se, mudanças bruscas de humor, perda da libido e ondas de frio ou de calor sem causa biológica detectada podem indicar um quadro de ansiedade mais sério. E quando falo mais sério é porque é natural e esperado que a pessoa se sinta ansiosa diante de tal situação (concurso).


O problema é quando essa sensação te prejudica em maior grau em uma ou mais esferas da sua vida.


Quais atividades você pode indicar para amenizar a ansiedade, que sempre aparece quando a prova se aproxima?


É muito importante aprender a manejar a ansiedade, já que é praticamente impossível que ela suma da vida das pessoas. Em outras palavras, a ansiedade faz parte da nossa vida.


Entre as estratégias mas eficazes está o treino respiratório. Outra técnica bem legal é o A.C.A.L.M.E-S.E, que basicamente consiste em aceitar o pensamento ansioso, questioná-lo e concentrar-se no “aqui e agora”, bem como na sua própria respiração.


Outra coisa bastante interessante é a prática da meditação (tem vários aplicativos que podem te ajudar) e do chamado mindfulness (que consiste em você tentar focar somente no que está fazendo naquele determinado momento).

A prática de exercícios físicos também é algo muito eficaz, além dos momentos de pausa, afinal, é necessário ficar “off” do mundo em alguns momentos, inclusive da enxurrada de notícias acerca do seu concurso (vai fazer outra coisa, criatura!!!)                                                                                                  


Muitas vezes, surgem pensamentos intrusos, tais como: “Eu não vou conseguir dar conta de estudar tudo”. “E se eu não lembrar na hora da prova?”. “Tem gente que estudou bem mais que eu”. “Eu não vou conseguir”. O que fazer quando esses pensamentos surgirem?


Primeiramente, é preciso examinar a veracidade desse pensamento, ou seja, o quanto ele é real e qual a possibilidade de acontecer algum desses cenários que sua mente imagina. Às vezes, temos a tendência de “prever” catástrofes, supervalorizando e criando situações surreais, afinal, nossa imaginação é ilimitada, não é? Mas é preciso fortalecer a crença de que nossos pensamentos são ideias, não fatos! Portanto, vale questioná-los e  buscar evidências que os justifiquem.


Contra pensamentos intrusivos, a melhor saída é não os alimentar. Quanto mais você lutar contra, mais forte ele ficará, gerando ainda mais ansiedade. Uma coisa bem simples, é escrever seus pensamentos intrusivos numa folha de papel e respondê-los racionalmente, colocando alternativas mais funcionais (e reais).


Conselho: não acredite em tudo que você pensa!


Como saber se é preciso buscar ajuda profissional?


Conforme mencionei anteriormente, a ansiedade é um estado natural na vida dos seres humanos. Ela acompanha nossa história evolutiva e nos protege (sim, isso mesmo).


O problema ocorre quando essa nossa companheira se torna bem maior e vira algo patológico, trazendo muitos prejuízos para a nossa vida, chegando até mesmo a nos impedir de realizar tarefas mais simples, como sair de casa ou conversar com as  pessoas.


É importante prestar atenção em si mesmo: como costuma lidar com situações desafiadoras ou frustrantes? Como reage aos pensamentos intrusivos (todos nós temos esses bichinhos aí, viu?). Qual a sua reação ao perceber que existem coisas que não dependem apenas de você?


Ao notar alguns dos sintomas que falei lá na segunda pergunta (ou outros mais clássicos da ansiedade, tais como taquicardia, falta de ar, sudorese e sensação de desmaio), é importante procurar a ajuda profissional de um psicólogo ou psiquiatra, isto é, de alguém que possa, juntamente contigo, entender o que está acontecendo e te auxiliar na retomada do equilíbrio.


É perfeitamente possível conviver “de boa” com a ansiedade. Quem costuma fazer um bicho de sete cabeças são os nossos pensamentos, então, não dê tanto crédito a eles!

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